sexta-feira, 3 de outubro de 2008

DESENVOLVENDO AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DE LEITURA

Sabe-se que o rendimento escolar está diretamente ligado à leitura, uma vez que ela é uma habilidade fundamental no processo de construção do conhecimento, qualquer que seja a disciplina que compõe o currículo pedagógico. Contudo, a prática de ensino tem indicado que os alunos que concluem o ensino fundamental e o ensino médio, e mesmo aqueles que ingressam nas universidades, têm demonstrado dificuldades na compreensão de textos.Segundo Cagliari (1993, P.148), "a grande maioria dos problemas que os alunos encontram ao longo dos anos de estudo, chegando até a pós-graduação, é decorrente de problemas de leitura." .Entende-se que a leitura é um processo de construção de sentido: ler é interagir com o autor, procurar e produzir sentidos, vivenciar experiências. É ser competente para compreender e decifrar a realidade.Segundo MARIA (2002).A leitura é a possibilidade de diálogo para além do tempo e do espaço; é o alargamento do mundo para além dos limites de nosso quarto, mesmo sem sairmos de casa; é a exploração de experiências as mais variadas, quando não podemos viver realmente ( p.25)..Hoje, a leitura está presente na maior parte das atividades cotidianas, desta forma o interesse pelo assunto se torna relevante, torna-se necessário refletir sobre a prática pedagógica para fazer um estudo mais aprofundado sobre como os professores estão trabalhando a leitura nos anos iniciais, qual o interesse do aluno pela leitura, como a escola pode interagir-se para que os alunos desenvolvam habilidades de leitura e interpretação.Para CAGLIARI (1993):A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em primeiro lugar decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as implicações que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso e formar o próprio conhecimento e opinião a respeito do que leu (p.150).Ler, principalmente nos primeiros anos de escola, me parece uma atividade tão importante quanto escrever, ou talvez mais importante. Mo mundo em que vivemos é muito mais importante ler do que escrever, sobretudo para as pessoas que vivem em grandes cidades: precisam ler diariamente placas, números, etiquetas, nomes, documentos, etc.Para Cagliari (1993, p.168)," dados os problemas sérios de repetência e evasão, seria bom que a escola se preocupasse menos com a escrita, especialmente com a ortografia, e desse maior ênfase à leitura, desde a alfabetização". Neste sentido podemos observamos que a leitura é um problema não só da escola, mas também social, já que, para vivenciar seus deveres e direitos de cidadão é preciso estar de posse da leitura e do seu entendimento.As atividades sempre devem colocar as crianças em situações mais próximas da realidade do ato de ler, nas diversas circunstâncias, utilizando as diferentes estratégias para a leitura, em busca do sentido dos textos. Nesta perspectiva, nos mostra Barbosa (1994) como deve ser o procedimento do professor na sala de aula, ao trabalhar leitura:Assim, o professor pode variar os matérias e atividades de leitura, criando a cada dia situações novas, atraentes, afirmando o uso social da escrita, evitando o tradicional e não-significativo uso escolar da escrita, como: textos decifratórios, cópias e ditados sem objetivo ou sem sentido para as crianças (P.139).Acredito que o professor não pode e não deve confiar em uma metodologia especial, milagrosa, mas na sua experiência, fundamentada por sua competência pedagógica. É ele quem, observando seus alunos, refletindo sobre sua prática e aprofundando seus conhecimentos sobre leitura e aprendizagem, pode compreender e entender as necessidades, dificuldades e o interesse de cada criança num dado momento.
Por: Eva Lúcia Nunes

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